20/12/14

HOJE | Sábado 20 de Dezembro 2014

A partir de agora e até às 19h | Compras na El Pep Store com uma surpresa | Queres saber quais? Aparece. Até já.

15/12/14

RACCONTI INDIANI | El Pep Store

Já se encontra disponivel o livro da Passenger Press >> RACCONTI INDIANI onde colaborou o Ricardo Venâncio.

04/12/14

ComicConPortugal

Olá.
Amanhã Sexta-Feira 05 de Dezembro e até Domingo 07, a #elpep em conjunto com o The Lisbon Studio, vai estar na #comicconportugal - #porto.
Encontramo-nos lá?
Até já.

25/11/14

NATAL PENHORADO

NATAL PENHORADO - Indoor Market

As Festas, Feiras, Mercados, Arruaças e demais motivos para juntar gente gira e bem disposta, estão de volta aos corredores do Centro Comercial Imaviz, em Picoas.

No dia 13 de Dezembro, a partir das 11 horas, estaremos de portas abertas para vos receber, com o nosso espírito de Natal. Além das lojas residentes no Imaviz, vamos ter artistas e criadores independentes, mercado de vinil e banda desenhada, exposições e toda a diversidade, que aqueles que já nos visitaram sabem que aqui podem encontrar nestes dias.

Os que nunca nos visitaram, tem aqui mais um bom motivo para o fazer.





[Ainda temos espaços disponíveis para expositores interessados. Devem entrar em contacto connosco através da página de facebook do Imaviz Underground.]

16/11/14

conversa com GISELA MONTEIRO

Sábado 22 Novembro 2014 às 16h00 | @El Pep Gallery


Conversa em torno da exposição de fotografia ORACULUM MORTUUM, Gisela Monteiro, patente até dia 28 de Novembro 2014 @El Pep Gallery. 

Do Silêncio e do Mistério

Partidária da indeterminação sobre qual será, afinal, a hora da morte, a omnipresente percepção da finitude manipula todas as nossas condutas e crenças, em insignificantes tentativas de retardar o fenecimento; ou, se tal não for exequível, de descobrir quando e como se irá morrer. Não é fortuito que uma das metodologias primitivas mais amiudadas de adivinhação seja a invocação dos espíritos dos antepassados para que estes revelem alguns segredos sobre o futuro, ressumando desta prática os modernos espiritismos e necromancias, pois que outros agentes poderão estar mais autorizados a esclarecer todas as dúvidas que os vivos terão sobre a morte? Assim, a arte divinatória (divinatio) consiste num subgénero da magia (ars magica) – esta, uma actividade por excelência anti-social que, sob diversos feitios, procura instrumentalizar o todo (as forças naturais e sobrenaturais) para fins individuais (os desejos mais ou menos egoístas do mágico ou dos seus fregueses que, na maioria das vezes, são opostos à vontade das comunidades nas quais estão inseridos). No que concerne às artes divinatórias, existe, no mínimo, uma clivagem clássica, cunhada desde o dealbar do império romano, que distingue entre adivinhação natural e adivinhação artificial: Cícero, revolucionador da língua latina, entendia que as mensagens enviadas pelos deuses aos homens quando estes se encontravam em estados de possessão (os furores) ou durante o sono (os sonhos proféticos) pertenciam à primeira categoria, enquanto os prognósticos alcançados por expediente de objectos ou interpretações de sinais denunciavam uma certa arte por parte do adivinho, justificando a designação de divinatio artificiosa. Sem abandonar estas qualificações fundamentais, a adivinhação foi sendo desenvolvida pelos seus cultores num florilégio de aplicações, exercícios e usos que, como não poderia deixar de ser, ora se aproximam ou distanciam dos paradigmas socioculturais que lhes servem de berço, à medida que estes se metamorfoseiam ou se extinguem. Nessa óptica, a adivinhação por intermédio de cartas de jogar (cartomancia), família que inclui as cartas de Tarot, não esteve – nem está – imune a essas oscilações; não obstante as cartas de Tarot não terem sido criadas com a cartomancia em mente, nem nenhumas preocupações de pendor ocultista lhes terem servido de parteira. Na realidade, as origens das cartas de Tarot e das comuns cartas de jogar são inseparáveis, porque o Tarot nasceu como um vulgar jogo de cartas, do modo que se verá adiante.
Sem receio de errar pode dizer-se que a cartomancia não foi um sistema galvanizante de adivinhação em Portugal, pese o facto da primeira referência escrita à existência de cartas de jogar no nosso país datar de 1 de Junho de 1490, numa notícia sobre a destruição de uma casa lisboeta de jogo, situada na vizinhança da pré-pombalina Rua da Betesga. Ora, desde 14 de Agosto de 1385 que um assento do município de Lisboa (confirmado em Novembro por carta régia de D. João I) castigava com penas pecuniárias e degredo as feituras de feitiços e adivinhações (as sortes), entre outros ilícitos actos mágicos generalizados. Esta tradição de legislação repressiva, respeitante aos crimes de magia em Portugal, manteve-se nas ordenações manuelinas, que descrevem, em pormenor, as práticas divinatórias que deviam ser punidas com a morte, com a estigmatização pelo ferro quente no rosto ou com o degredo. Em nenhuma linha se menciona a prática da cartomancia, mas isso não significa que as cartas de jogar não figurem nas ditas ordenações, pois o alvará de 17 de Novembro de 1513 proíbe a importação, o fabrico, a venda e a posse de cartas de jogar. Reconhece-se, pois, a existência das cartas de jogar: simplesmente, tem de aceitar-se que elas não eram usadas para a adivinhação. Com efeito, é preciso esperar até finais do século XVII para encontrar-se referências escritas sobre uma incipiente cartomancia lusa: num processo da Inquisição de Lisboa, datado de 1690, pode ler-se que a mágica Jerónima de Almeida usava cartas de jogar para adivinhar (infelizmente, sem nenhuma descrição de como o fazia). Na verdade, muitíssimo mais frequente era o costume cosmopolita (todos os relatos têm cidades como cenários) de pedir-se aos mágicos – adivinhos e feiticeiros – para revelarem o desfecho de jogos de cartas e até mudá-los para resultados favoráveis. Num processo da Inquisição de Coimbra, por exemplo, datado de 1654, ficou registado como um estudante dessa cidade foi pedir a um mágico da vizinhança de Aveiro que lhe «fizesse um feitiço para ser venturoso ao jogo». Não obstante os pequenos lucros que os mágicos obtinham com esses trabalhos (os mágicos eram, realmente, muito pobres), as autoridades seculares e religiosas preocupavam-se com o vício que os jogos de cartas fruíam nos jogadores inveterados, chamados pejorativamente de tafuis (nome colectivo que é cognato da denominação de casas de tavolagem, dada às hostarias e outros estabelecimentos que albergavam jogos clandestinos de cartas). As proibições europeias de jogos de cartas datam, pelo menos, do século XIV: a primeira poderá ser a que foi legislada em 1353 na cidade checa de Pardubice (cerca de treze anos depois da fundação dessa cidade: uma interessante ilustração dos problemas que andariam no ar nesses primeiros anos de vida da juvenil urbe). Foi durante o período da regência da dinastia filipina que se levantou em Portugal o labéu sobre os jogos de cartas, criando-se para efeito de normalização o Contrato do Estanco das Cartas de Jogar e Solimão, que já estava em vigência em 14 de Novembro de 1600: esta espécie de contrato-geral consistia numa figura jurídica que, em específico, autorizava o monopólio régio da importação, fabrico e venda de cartas de jogar em estancos autorizados (casas de vendas a retalho – neste caso, nos estancos de tabaco). Os baralhos de cartas de jogar concedidos pelos contratadores, como os baralhos de cartas de “tipo português”, também conhecidos por “cartas dos dragões”, eram, de facto, fabricados no estrangeiro. O Contrato do Estanco das Cartas de Jogar e Solimão preservou-se até 31 de Julho de 1769, data em que o primeiro-ministro de D. José I, Sebastião José de Carvalho e Melo (seria Marquês de Pombal em pouco mais de um mês), criou a Real Fábrica de Cartas de Jogar e Papelões, incorporada à Impressão Régia (ambas instaladas em Lisboa no palácio de D. Fernando Soares de Noronha, demolido em 1895). Ora, os baralhos peninsulares das “cartas dos dragões” – assim chamados em virtude dos ases dos naipes apresentarem serpentes aladas – são versões depuradas dos baralhos italianos de taxonomia taróide, como o baralho de cartas do quatrocentista jogo Minchiate: uma versão florentina, com noventa e sete cartas, do jogo milanês do Tarot. Como vemos, ainda não se pode falar em Tarots divinatórios, mas em entretenimentos jogados nos salões nobres e nas casas de tavolagens. Já iremos perceber de que forma o Tarot penetrou do campo do esoterismo para tornar-se um dos oráculos mais notáveis.  
Com enorme probabilidade, a palavra naipe conterá a chave para compreender-se a origem dos baralhos europeus de cartas de jogar, porque é verosímil que derive do nome mameluco naibe. Os mamelucos foram uma dinastia medieval norte-africana de descendentes de soldados não-muçulmanos, provenientes de várias etnias (turcos, circassianos, georgianos, entre outros), que, até 1517, governaram com autoritarismo o sultanato sunita do Egipto. Entretinham-se com um popular jogo de cartas, que chamavam de Naibe, composto por quatro conjuntos de cartas de jogar, agrupadas segundo quatro classes de objectos emblemáticos: cálices, espadas, moedas e paus – em conformidade com o mandatório aniconismo de raiz sunita, estes baralhos não mostravam homens, nem animais. Sabemos que no ocaso do século XIV os italianos chamavam Naibi aos seus baralhos de cartas, de admissível alento mediterrânico, mas estes epígonos itálicos não se encontravam adstringidos pela proibição muçulmana de reproduzir semblantes, por essa razão investiram na criação de uma galeria expressiva de personagens, antepassadas das figuras contemporâneas dos comuns baralhos de cartas. (Em Portugal, durante muito tempo, ainda se chamou naipeiros aos jogadores de cartas.) A inovação desses baralhos italianos, criados no decurso das primeiras décadas do século XV nas cortes de cidades-estado como Milão, Florença e Ferrara, foi a invenção de séries suplementares de cartas de trunfo (triunfo) que possuíssem valores superiores às restantes (as que eram mimetizadas dos baralhos mamelucos) e oferecessem vantagens aos jogadores, criando desafios dinâmicos e imprevisíveis. Neste caso, as novíssimas imagens de trunfo deram o nome a um novo jogo: Jogos dos Triunfos – ou I Trionfi, como o título do influente poema de Francesco Petrarca, arauto do Renascimento e amigo íntimo da família nobre milanesa Visconti, que mandou fazer o mais antigo baralho de Tarot que chegou aos nossos dias (cerca de 1440). Paulatinamente, essas imagens de trunfo foram imobilizando-se naquelas que viriam a ser apelidadas de Arcanos Maiores (assim baptizados pela primeira vez pelo jornalista e ocultista francês Jean-Baptiste Pitois, em 1870): em essência, são somente personagens decalcadas das culturas religiosas (entre outras, as quatro virtudes cardinais, o Papa), cavaleirescas (como Carlos Magno, Rei Artur) e aristocráticas (alguns nobres das famílias Visconti ou D’Este) da sociedade quatrocentista, mas, sob o carrego da calandragem das centúrias subsequentes, transformaram-se em arquétipos e repositórios alegóricos de sincréticos saberes mais ou menos esotéricos. O proscénio do século XVI foi o período em que o Jogo dos Triunfos passou a ser conhecido por Tarocco (no singular) e I Tarocchi (no plural); nomes que relacionar-se-ão com taroccare: a técnica empregada pelos ourives para cobrir superfícies com folhas de ouro e criar sobre estas ornamentais padrões losangulares – os mesmos que decoram as costas das cartas dos Jogos dos Triunfos, como o já referido baralho da família Visconti. O nome desta técnica, é evidente, consiste no étimo da palavra Tarot.
Não é líquido como os baralhos de Tarot passaram a ser utilizados na cartomancia. A cronografia é notadamente anónima, mas sabe-se que desde o segundo decénio do século XVI já existiam pontuais cartomantes italianos que assim os empregavam, em principal na província de Bolonha. Nessa senda, em meados do século XVIII, um vendedor francês de gravuras, chamado Jean-Baptiste Alliette, transtrocou o seu sobrenome para criar o pseudónimo Etteilla, com o qual assinou, passados poucos anos, o livro Etteilla, ou Maniere de se Récréer avec un Jeu de Cartes (1770), no qual descreveu o seu método de cartomancia (palavra que, acrescente-se, arrogou ter inventado, na feição de cartonomancia) e enunciou o Tarot (na arcaica forma francesa Tarraux) como uma ferramenta de adivinhação. Mais tarde, em 1781, o ex-pastor protestante francês Antoine Court de Gébelin publicou o oitavo volume da sua miscelânea Le Monde Primitif, que contém dois artigos sobre o Tarot: o primeiro, de sua autoria, subdivide-se em explanações sobre o significado das figuras, das suas cores, o modo de ler as cartas e em comentários paralelos aos baralhos espanhóis e franceses; o segundo, da autoria do militar francês Louis-Raphaël-Lucrèce de Fayolle, Conde de Mellet, é parecido, mas provou ser mais importante em virtude da revelação de que o baralho de Tarot era o Livro de Thot, resquício de egipcíacos saberes ancestrais. Ora, três anos antes, em 1778, Gébelin publicara o quinto volume da miscelânea, que consiste num dicionário etimológico da língua francesa, no qual pode ler-se um verbete alusivo ao Tarot: é-nos informado que o Tarraux «é um jogo egípcio, como irei demonstrar um dia destes» e que o nome significa caminho real. Em 1782, em incontestável resposta a esses ensaios, Etteilla intentou publicar um livro exclusivo sobre o Tarot, mas, inesperadamente, a edição foi proibida pela censura régia; contudo, no ano seguinte conseguiu dar à estampa o livro Etteilla, ou Maniere de se Récréer avec le Jeu de Cartes nommée Tarots, reedição do seu livro de 1770, ampliado com tónica sobre o Tarot. Na verdade, Etteilla foi o responsável pela concepção e disseminação da interpretação esotérico-ocultista do Tarot: criou uma inédita mitologia egípcia para explicar a origem do seu Livro de Thot (relato inexistente nos ensaios de Gébelin e Fayolle); fundou a Sociedade Literária dos Intérpretes do Livro de Thot, em 1788; e concebeu e editou por essa altura o primeiro baralho de Tarot criado propositadamente para a prática da cartomancia, cujos desenhos persuadiram subsequentes ocultistas oitocentistas.
A temática egípcia, proposta por Etteilla, Gébelin e Fayolle, não passou de uma exteriorização acessória da egiptomania setecentista que, por toda a Europa, se corporizou nas artes, na moda, nas letras, na arquitectura e no mundo do oculto; à semelhança dos revivalismos greco-romano e gótico, que também predominaram. A partir destes anos pode falar-se, já, de Tarot, no sentido que lhe é atribuído frequentemente. Graças à herança thotémica, o Tarot foi sendo desenvolvido, quase em exclusivo, por esoteristas e membros de sociedades secretas de ónus ocultista, tornando-se um algoritmo dúctil que permite todas as combinações e reinvenções, provando possuir uma adaptabilidade ilimitada, independentemente de qual seja a cultura dominante em cada época. Hoje, alguns dos locais onde se pode estudar com menor descontaminação as dimensões neo-egípcias, mas também neoclássicas, da cultura desse período de Setecentos, são os cemitérios, plenos de monumentos e imagens quimerizadas (a entrada para a Avenida Egípcia do cemitério londrino de Highgate é um admirável exemplo). Interstícios entre o centro e as margens, entre o real e o literário e entre a vida e a morte, os campos sepulcrários das nossas cidades sustentam uma atmosfera conducente às inconstantes invocações dos áugures e dos artistas. Estes são os espaços imaginais que a fotógrafa Gisela Monteiro inquietantemente interrogou.  
Decisivas, estas enfeitiçantes vinte e duas fotografias que Gisela Monteiro tirou a emblemas da vida efémera, em vários cemitérios portugueses e estrangeiros, têm como múnus o repercutir de ressonâncias subversivas que se nutrem do silêncio e do mistério. A cognoscibilidade tipológica entre elas e as reminiscências taróticas é total: ao mesmo tempo que estes tumulares arcanos maiores se inserem naturalmente na tradição pictórica do Tarot iniciada no século XVIII, e nela procuram inspiração, regozijam com uma independência arisca às significações coriáceas com que esses modelos (Etteilla diria hieróglifos) têm sido expostos. São, portanto, etapas de uma demanda ourobórica, na qual se vai até à morte para voltar a entrar no princípio. Ao olhar para os nossos dormitórios definitivos, reintegrando-os, sem dissimulação, nesse espectro do oracular, eles vão ao encontro das perguntas que os mortos nunca deixaram de estar à espera que lhes fizéssemos – um ininterrupto e poroso relacionamento. O oráculo dos mortos de Gisela Monteiro é uma sensível tradução da linguagem com que nos fazemos entender pelos mortos: a da imaginação. Os mortos vivem em exclusivo na nossa cabeça, na selenita esfera dos sonhos, e só através do simbólico (como no caso do Tarot) se estabelece igualdade entre eles e nós. Enquanto houver vida, haverá mortos, pois sem memória eles não existem. São como cartas de um baralho: outrora nossos, porque nos foram dados no início da nossa vezada, perdemo-los entretanto no jogo que, justamente, também iremos perder. Cada um de nós é uma carta no jogo de alguém e a rede de significados e correspondências que se desencolhe entre todos os vivos e todos os mortos é, em simultâneo, sublime, trágica, banal e riquíssima. Omnímodo, Oraculum Mortuum: Um Tarot Tumular transmite-nos a mensagem que somente as pedras e as ideias, substâncias de densidades diametrais, resistem com robustez à corrosão dos séculos. Um prodigioso livro de imagens – para ver e para pensar.

David Soares
Lisboa, Setembro de 2014

Bibliografia:
ARAÚJO, Maria Benedita – Magia, Demónio e Força Mágica na Tradição Portuguesa (Séculos XVII e XVIII). Edições Cosmos, 1994.
CAPELO, Rui Grilo – Profetismo e Esoterismo: A Arte do Prognóstico em Portugal (Séculos XVII-XVIII). Livraria Minerva, 1994.
COURT DE GÉBELIN, Antoine – Le Monde Primitif Analysé et Comparé Avec le Monde Moderne (volumes V e VIII). Vallerye Senior, 1778-1781.
DECKER, Ronald, DEPAULIS, Thierry, DUMMETT, Michael – A Wicked Pack of Cards: The Origins of the Occult Tarot. Saint Martin’s Press, 1996.
ETTEILLA – Etteilla, ou Maniere de se Récréer Avec le Jeu de Cartes Nommées Tarots. Chez l’Auteur, 1783.
FRAZÃO, Fernanda – História das Cartas de Jogar em Portugal e da Real Fábrica de Cartas de Lisboa do Séc. XV Até à Actualidade. Apenas Livros, 2010.
HANEGRAAFF, Wouter, et al. (dir.) – Dictionary of Gnosis & Western Esotericism. Koninklijke Brill, 2006.
HUSON, Paul – Mystical Origins of the Tarot: From Ancient Roots to Modern Usage. Destiny Books, 2004.
MARQUES, A. H. de Oliveira – A Sociedade Medieval Portuguesa. Livraria Sá da Costa Editora, 1964.
PAIVA, José Pedro – Bruxaria e Superstição Num País Sem “Caça às Bruxas”, 1600-1774. Editorial Notícias, 2002.
SANTANA, Francisco – Bruxas e Curandeiros na Lisboa Joanina. Academia Portuguesa da História, 1997.

10/11/14

ORACULUM MORTUUM

Exposição de fotografia de Gisela Monteiro | 15 a 28 Novembro @ El Pep Gallery

VÌDEO: Apresentação da exposição
****************





#elpep #imavizunderground #lisboa #lisbon #photography #art #tarot
 ____________________________________________________________
 
-->
"Oraculum Mortuum: Um Tarot Tumular" é um trabalho fotográfico conceptual sobre o Tarot, da autoria de Gisela Monteiro. Em vinte e duas imagens de contexto sepulcral, a preto-e-branco, tiradas em diversos cemitérios portugueses e estrangeiros, apresentam-se novos arcanos maiores que, mergulhados no mistério e no silêncio próprios dos cemitérios, prosseguem num feitio surpreendente a tradição pictórica do Tarot.
     Charles Sangnoir [La Chanson Noire] na inauguração da exposição, às 18h00
-->"Oraculum Mortuum: Um Tarot Tumular" nasce de uma paixão por fotografia cemiterial, quando esta se cruza com algumas das mais marcantes imagens dos baralhos de tarots canónicos, como o de Rider-Waite e o de Thoth de Aleister Crowley.
A atracção pela Morte e pelos Cemitérios - o casa da Morte par excellence - surgiu ainda em criança, em passeios pelo pequeno cemitério da vila. Os túmulos eram locais familiares, com histórias e pessoas que tinham vivido e morrido antes de mim e feito coisas, sonhado, aprendido e ensinado. Era um local silencioso, pacífico e cheio de paz. E de histórias. As pedras pareciam contar histórias e guardar segredos.
A fotografia surge como uma forma de cristalizar instantes em eternidade, num espirito muito semelhante ao dos epitáfios das pedras sepulcrais e, numa visita mágica a um cemitério mágico, a fusão dos dois conceitos acabou por resultar numa paixão que se vai repetindo ao longo do tempo, inúmeras vezes, num ritual de solidão e silêncio.
Há alguns anos, num desses momentos de culto pelo cemitério monumental de Milão, ao olhar de relance para o pequeno ecrã da câmara para verificar a qualidade da imagem capturada, senti-me a olhar para a carta d' O Mago e percebi que, por entre as estátuas tumulares e a arcas sepulcrais, levantavam-se os arquétipos do Tarot, esperando por se fazerem ver. E num cemitério tudo tem significado, tudo tem histórias, tudo tem sentimentos fortes, extremados, impactantes. Tal como o preto e branco extremado escolhido. A opção por um preto e branco extremado, no caso específico desta série, foi uma escolha que me pareceu óbvia de um ponto de vista estético, mas com o objectivo de eliminar a cor de forma a proporcionar uma abstracção total de qualquer elemento distractor, garantindo o enfoque total na peça, na imagem, no significado da carta.
As restantes cartas foram surgindo, algumas vezes antes de disparar a câmara, outras vezes nesse instante ou apenas ao chegar a casa. A torre de O'Connell estava a chamar por mim de dentro dos muros de Glasnevin e era inevitável escolhê-la para representar a carta da Torre; pouco antes de a fotografar, o céu ficou carregado de nuvens de chumbo, emprestando-lhe o dramatismo necessário para a reencarnação ser exactamente a pretendida.
Os Amantes é uma estátua de anjos do cemitério de Agramonte que descobri numa manhã de domingo, no meio de uma terrível tempestade; molhados, num bronze esverdeado gasto pelos anos e manchado pela chuva, os dois pequenos anjos abraçados transmitem uma mensagem de amor tão forte que transcende os laços humanos da paixão carnal ou do amor fraterno e podemos, simplesmente chamá-los de amantes, de seres que amam.

Esta série fotográfica representa os Arcanos Maiores do Tarot, em que estes são escolhidos por alguém que ama cemitérios e se encantou com as imagens e significados das cartas e por isso encontrou um baralho entre os sepulcros.
...são diferentes dos que seriam escolhidos se a sua origem fosse a oposta: alguém que foi procurar um baralho de tarot entre as tumbas.
 _________________________________________________________________________________
Gisela Monteiro dedica-se ao estudo da arte funerária e da história da morte no ocidente, escrevendo e fotografando sobre esses temas. Mantém o blogue Mort Safe (taphophilia.blogspot.com) e respectiva página de Facebook (https://www.facebook.com/MortSafe), sobre o mundo cemiterial e organiza pontualmente visitas temáticas em vários cemitérios de Lisboa.
«Oraculum Mortuum: Um Tarot Tumular», observação sobre o Tarot, alinhada com uma perspectiva sepulcral, é a sua primeira exposição de fotografia.

29/10/14

O UIVO DA MATILHA - Tributo a António Sérgio e à Rock'N'Roll Radio

Dia 01 Novembro, apresentação do livro "O UIVO DA MATILHA - Tributo a António Sérgio e à Rock'N'Roll Radio"no Palácio Foz, Restauradores, Lisboa, às 21h30, com exibição do documentário "UIVO" de Eduardo Morais, concertos e conferências.

                               Co-edição: El Pep; RagingPlanet; RR; Glam-O-Rama Rock Shop | ISBN: 978-989-96984-9-9
                                       192 páginas, p/b,  capa dura, edição limitada de 500 exemplares

19/10/14

SPACE + PIZZA MAN >>> Já à venda

Comic book, full color, 24 páginas, by Afonso Ferreira | El Pep, Outubro 2014 | ISBN 978-989-96984-8-2





The skull holds the brain.
The brain, nearby the primary sensory apparatus, let's the days go by, imagining that it travels with no boundaries.
Through deserts that i've never once seen, through beaches of an unrealistic blue and through an unending vacuum.
Damn you skull, where would the brain be if you didn't exist?

Ricardo Martins

___________________________________________________________________________________

Comic book, first issue, full color, 16 páginas, by Afonso Ferreira [original script by Tomás & Vasco] | El Pep, Outubro 2014 | ISBN 978-989-96984-8-2




Get ready! Fight!!

16/10/14

Nomeações para os prémios da Amadora BD

Olá.

Ficamos a saber que o júri dos prémios da Amadora BD, nomearam o F(R)ICÇÔES para o prémio de melhor argumento [Nuno Duarte] e para o prémio de melhor desenho [João Sequeira].

O livro THE MIGHTY ENLIL de Pedro Cruz foi nomeado para o prémio de melhor obra de autor português publicada em lingua estrangeira.

O TIRAS DO BARALHO! de André Oliveira e Pedro Carvalho, foi nomeado para o prémio melhor albúm de humor.


13/10/14

FANTASMAS

FANTASMAS  de Pedro Ribeiro Ferreira, vai estar presente na El Pep Gallery

10/10/14

Sábado 11 Outubro @El Pep Store & Gallery

No próximo Sábado 11 Outubro, apareçam na El Pep Gallery para uma conversa com diversos autores/fotografos, sobre os trabalhos expostos [e seus autores] na colectiva de fotografia UNDERGROUND MATTERS do colectivo Memento Mori, coordenado por Susana Paiva.

Na El Pep Store, estarão à venda as novidades em Comics: Kabooom [com colaboração de Jorge Coelho, Filipe Andrade e Ricardo Venâncio] e Zero [com participação de Jorge Coelho].



Já se encontra também à venda o novo livro do Nunsky  >> ERZSÉBET <<  [CCC, Outubro 2014]
Já recebemos as novas remessas do PAPÁ EM ÁFRICA  e o ESPELHO DE MOGLI.

#tintin #africa #comics #bd #southafrica


Na próxima semana, novidades editoriais @ El Pep Store. Stay tune.

24/09/14

Copos & Rabiscos 6

Na Sexta-feira 03 Outubro, volta o COPOS & RABISCOS ao ImavizUnderground.

Das 20h às 23h, @ Aloha Café [loja 31]

Org: El Pep + Aloha Café

10/09/14

Novidades El Pep Books | produção IMVENCIBLE COMICS




A IMVENCIBLE COMICS produziu para a El Pep Books, 2 livros da autoria de Afonso Ferreira;
  
SPACE
texto e desenho de Afonso Ferreira
16 páginas, full color, ISBN 978-989-96984-8-2
 
PIZZA MAN
texto de Tomás & Vasco e desenhos de Afonso Ferreira
24 páginas, full color, ISBN 978-989-96984-7-5

Afonso Ferreira | autor do livro LOVE HOLE [Mercantologia #6, CCC 2012] e de diversos zines de sua autoria. Podem encontrar + info @: imvencible.tumblr.com

08/09/14

Novidades @El Pep Store & Gallery

Olá. Duas novidades esta semana na El Pep Store:
O ESPELHO DE MOGLI de Olivier SCHRAUWEN | Mmmnnnrrrg, Setembro 2014
AS GÉMEAS MAROTAS de Brick Duna


E na El Pep Gallery continua a exposição de Daniela Viçoso [zombiecowboy.tumblr.com]

15/08/14

Férias | El Pep Store & Gallery

A El Pep Store & Gallery reabre dia 25 de Agosto. No sítio do costume. Até já.

30/07/14

3º Copos & Rabiscos

Na próxima Sexta-Feira 01 de Agosto 2014, entre as 18h00 e as 23h00
Como é habitual, o Copos & Rabiscos vai ser no Aloha Café | loja 31 | ImavizUnderground | centro comercial Imaviz, Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas | #elpep #imavizunderground

21/07/14

Penim à transparência - Exposição de desenhos

No dia 25 de Julho 2014 inaugura às 18h00 a exposição "Penim à transparência", desenhos originais do livro "Cidade Suspensa" [Polvo, Junho 2014] de Penim Loureiro.


"Cidade Suspensa" relata o percurso de vida de três amigos de infância, aparentemente inseparáveis, visto pelos olhos de um deles. Trata-se de uma Banda Desenhada autobiográfica ficcionada, impregnada de referências ao imaginário português, que revisita o sebastianismo, o desígnio ultramarino, o desenfreado crescimento urbano ou o embate do 11 de Setembro. Revela-se, igualmente, uma narrativa globalizante na sua abordagem ao anseio existencial de escapar à banalidade: a determinação humana de se libertar das suas limitações, expectativa de se soltar do chão, de voar. - in Nota de Imprensa da editora.




El Pep Store & Gallery | lojas 34+35 | centro comercial Imaviz | Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas | #elpep #imavizunderground

17/07/14

El Pep Store & Gallery - Encerramento temporário

Por motivos de força maior, a El Pep Store & Gallery estará encerrada até à próxima Segunda-Feira 21 de Julho 2014. Até já.

15/07/14

Copos & Rabiscos 2

                  Dia 18 Julho das 18h00 às 23h00 | Copos & Rabiscos 2ª edição


                Aloha Café - loja 31 | El Pep Store & Gallery - lojas 34 + 35
                Centro Comercial Imaviz | ImavizUnderground | #elpep #imavizunderground
                Avenida Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas

09/07/14

Criticas

Uma critica ao livro F(R)ICÇÕES de Nuno Duarte e João Sequeira.

Que tal?

E agora, uma promoção louca: se a página da El Pep no facebook [https://www.facebook.com/El-Pep-books] chegar aos 1000 likes até ao fim desta semana, desconto de 20% sobre títulos da El Pep [em conformidade com a lei em vigor].

07/07/14

Terminal Tower @ El Pep Gallery

Apresentação do livro TERMINAL TOWER [CCC, 2014] de André Coelho e Manuel Neto e inauguração da exposição dos originais do livro | 12 Julho a partir das 18h00



El Pep Store & Gallery | Lojas 34 + 35 | ImavizUNderground | centro coemrcial Imaviz, Avenida Fontes Pereira de Melo, 35, LIsboa | metro Picoas

03/07/14

TIRAS DO BARALHO! - apresentação e exposição

Este Sábado | 05 de Julho 2014 | 17h00 | Apresentação do livro TIRAS DO BARALHO! de André Oliveira e Pedro Carvalho | @ El Pep Gallery | Inaugura também a exposição dos originais do mesmo livro [05 Julho a 11 Julho]


 
El Pep Store & Gallery | lojas 34 +35 | centro comercial Imaviz | ImavizUnderground | Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas | #elpep #imavizunderground

Copos & Rabiscos

Esta sexta-feira | 04 Julho | 1º Copos&Rabiscos | @AlohaCafé | venham beber umas e encher papel com desenhos | das 18h às 23h


El Pep Store & Gallery | lojas 34 +35 | centro comercial Imaviz | ImavizUnderground | Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas | #elpep #imavizunderground

Aloha Café | loja31 | centro comercial Imaviz | ImavizUnderground | Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas | #alohacafe #imavizunderground


18/06/14

André CAETANO | Exposição individual de Banda Desenhada e Ilustração

Inaugura no dia 21 de Junho às 18h00, a exposição individual de André CAETANO, @El Pep Gallery [Av. Fontes Pereira de Melo, 35, Lisboa | metro Picoas]

 
"O que mais gosto em ser ilustrador, é poder contar histórias com desenhos.
O desenho é o início e o fim de todo o processo, desde a procura de ideias, até ao desenho final, que tem sido feito a tinta da china com pincel.
Ao desenhar, posso "viajar" para outros mundos e realidades, seja no meu, no nosso ou num  mundo que exista apenas na cabeça do escritor com quem estou a  colaborar.
Seja uma ilustração isolada, um livro ilustrado ou uma banda desenhada, no meu trabalho procuro sempre ter um conceito/ideia que me guie nesta viagem, pois penso que a ilustração deve ter uma intenção, e com isso apresentar uma solução interessante para o problema visual que me é colocado.

Esta exposição contempla projectos de diversos tipos, desde livros infantis, manuais escolares, banda desenhada, cartazes e desenhos mais pessoais."





André Caetano nasceu em Coimbra em 1983.
 
É licenciado em Design de Comunicação pela Escola Universitária de Artes de Coimbra. 

Desde Setembro de 2008 que trabalha como freelancer em Ilustração e Design Gráfico.
Tem ilustrado para editoras como a Porto Editora,  Edições ASA, GATAfunho, Calendário de Letras, MinervaCoimbra e Lápis de Memórias, destacando a obra Versos de Respirar de José António Franco, uma edição da Calendário de Letras, por ser um dos títulos selecionados pela Casa da Leitura e constar no Plano Nacional de Leitura. Bem como a obra "Sem Palavras", de Eugénio Roda, publicada pela Porto Editora, que foi selecionada para fazer parte dos 100 livros para o futuro, no stand de Portugal na Feira de Bolonha do Livro Infantil, sendo Portugal o país convidado.

Na área da Banda Desenhada, ilustrou, conjuntamente com Pedro Pires, uma BD integrada na colecção Pop Rock Português, sobre a banda Trabalhadores do Comércio, cujo argumento ficou a cargo de Hugo Jesus.

Em 2013 ilustra a obra Uma Aventura Estaminal, escrita por João Ramalho-Santo, publicada pela Imprensa da Universidade de Coimbra. Pelo trabalho desenvolvido, recebe o prémio de Colorista do Ano, nos Prémios Profissionais de BD de 2014.
Participou também na Zona Gráfica, Zona Monstra e Zona Desenha, com uma histórias curta em cada uma. Com argumento de André Oliveira, ilustra a história “Milagreiro”, publicada na revista brasileira Café Espacial.

Foi também convidado a falar do seu trabalho de ilustração em várias escolas e bibliotecas do país e na ESAP, em Guimarães no Mestrado de Ilustração.
Participou em várias exposições com trabalhos de desenho e pintura, onde se destaca a exposição individual na Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão e a exposição na Casa dos Açores, no Porto, e também na Bedeteca de Beja, em Março de 2012.

É membro activo e faz parte da organização do projecto de encontros de desenho, SketchcrawlCoimbra.

Mais info: edicoeselpep@gmail.com